Melissa fez uma visita ontem. Conversamos muito sobre o que ela tem vivido de alguns tempos pra cá e o motivo de termos nos afastado um pouco.
Eu estava cá recedendo minha família. Ainda estou tentando fazer um album pra Dona Vó com os nomes dos lugares que visitamos e fotos.
Melissa estava lidando com uma coisa chamada CASA. Eu sei bem que isso toma muito tempo.
Nesse meio tempo, eu de cá tentava arrumar a minha de forma que a Mah e a Dona Vó tivessem uma cama pra dormir e um espaço pra pôr suas malas. Visitamos lugares que eu apreciei muito, fizemos umas compras que eu não apreciei tanto, fizemos um pic-nic num lugar lindo, celebramos aniversário em Las Vegas. Uma das coisas que eu tenho aprendido e tenho tentado - é mais fácil falar do que fazer, viu? - é impôr meus limites sobre mim mesma. Nessa história, eu me fiz ir à terapia porque era importante pra mim. Me fiz também expôr o desconforto de receber uma visita e não ser visitada. Com isso muita gente ficou emputecida e ignorou algumas boas maneiras. Mas ninguém disse que delinear limites me traria fãs. Estou de bem com isso.
A Melissa por outro lado, estava à beira de um ataque de nervos porque não conseguia entrar em acordo com os outros que moram com ela. Ela e marido mudaram-se recentemente pra um lugar aonde eles tem que dividir espaço e território. Não foi algo que ela gostou muito, mas devido a crise econômica do país, foi a forma que eles encontraram de ter um teto em um lugar com distância razoável aos devidos locais de trabalho. Afinal de contas, o que adianta pagar muito menos de aluguel numa casa e ter que pagar 3 vezes mais gasolina pra chegar ao escritório? Bom, no caso deles, não valia a pena. E Melissa descobriu que teria muito o que aprender no quesito lidar com pessoas. Ela não poderia mais sair do banho pelada e nem sequer usar o banheiro por horas pra fazer cabelo e maquiagem. Ela não poderia mais sair pra fazer compras e deixar a lavadora de roupa funcionando porque se alguma peça não deveria ir pra secadora, só ela saberia e se preocuparia em tomar o cuidado de tirá-la de lá. E essa lição custou-lhe dois pares de calças jeans.
Não posso dizer que aqui as coisas são perfeitas não. Se morar com os nossos pais e irmãos muitas vezes é um pé no saco, imagine morar com os pais e irmãos dos outros. Gente, no geral, é um pé no saco. E pior ainda se a gente não consegue se reservar a tomar conta da nossa própria vida. Por isso, eu vivo a minha, interajo com quem está disponível, tento manter o respeito pelo espaço alheio e ordernar os limiter no meu próprio espaço. E eu estou muito bem, obrigada.
E assim vai. A gente divide experiências, palpita de vez em quando, mas acima de tudo, mantemos o pé no chão e a cabeça aberta.
Pesadelos depois do pulo.
E a minha cabeça estava tão aberta com aquele vinho que eu tive alguns pesadelos. Não vou entrar em detalhes. Vou só apontar os tópicos.
- Marido dirige a Mercedes e um pneu no lado esquerdo explode;
- Eu armo uma situação pra estuprar a Lindsay Lohan;
- Eu enfiava, mais uma vez, dentes dentro do nariz de uma pessoa morta na minha cama;
- Fui atacada pelas costas por um demônio do meu passado.
Que noite ótima foi essa?!?!
Um comentário:
Acho que as situações que a vida nos impõe é um exercício de paciência, tolerância, aprendizado, proporcionando um crescimento pessoal, talvez algumas mudanças de comportamento em prol de uma convivência saudável, respeitando a individualidade de cada um.
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