segunda-feira, 5 de abril de 2010

Quando ele ligou.

Era Páscoa. Era sim. Mas pra mim, era domingo - dia de ir à terapia. Quando a sessão acaba e eu vou me dirigindo à porta do consultório eu já começo a contar as horas pra voltar.

E com o passar da semana eu vou registrando no meu diário coisas e dias que me afetaram pro bem ou pro mal.  E com isso, vai aumentando a lista de coisas que eu quero conversar sobre com ele quando eu voltar domingo que vem. E conforme a lista cresce, os números começam a aparecer também. Número pra dar prioridade ao que eu quero falar. Às vezes funciona, às vezes a gente não fala nem de metade do que estava na lista. Às vezes, a gente chega na lista por completo e total acidente.

Então domingo passado eu acordei às 10 da manhã. Quer dizer: meu telefone despertou às 10. Mas eu preciso de um tempinho pra entender o que tá acontecendo, então eu realmente levanto em torno de 30 minutos depois. Entrei no chuveiro, tomei aquele banho super quente porque tava um frio do cacete, pus lá meus óleos e hidratantes e desodorante e tudo mais que acompanha a vida de uma *mulher* e saí do banheiro. Daí o marido resmunga lá do canto dele da cama: "Você não tem terapia hoje...(bocejo)" 

Ai como aquilo destruiu o meu humor! Odeio quando as pessoas se enfiam no meio do meu dia e mudam o meu dia por mim. Daí eu sentei ali na beira da cama, calada, pensativa. Deitei na cama. O marido começou a se preocupar: eu não explodi em palavrões. Me abraçou - como só o meu marido faz... ;) - e o meu cérebro começou a funcionar novamente.

Fui até a minha gaveta de acessórios e peguei minha fantasia de diabo pra Halloween. Decidi que eu não ia deixar aquele terapeuta imbecil me passar a perna num dia que eu lembrava ser engraçado e emocionante. 

Fiz o cabelo, a maquiagem - eu fiz cara de coelhinho sim, tá? - e fui lá cozinhar minha sopa marroquina de cenoura (vai ver a receita no post anterior). Pus meu salto de madeira da Fornarina e saí fazendo barulho pela casa dos outros. Ninguém percebeu que eu não era eu. Algumas horinhas depois do nosso almoço eu e o marido fomos direto pro escritório dele. Ficamos lá de 4 da tarde até um pouco mais de meia-noite. 

Mas... Minha páscoa foi alegre, eu segui uma receita - ainda bem que está documentado aqui!!!  

Bom, claro que, assim que eu pus a cabeça no travesseiro tive que pegar a calculadora e refazer a minha matemática: se em uma semana eu tenho que esperar tantas horas, quantas horas eu vou ter que esperar até a próxima???? Tá tudo bem, gente. Ele me ligou, mas eu não atendi! Hoje eu liguei de volta e disse pra ele: "Arruma um jeito de me ver essa semana." e agora eu tô aqui, correndo e fazendo mil outras coisas, esperando sem poder contar as horas. 

É libertador!

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