quinta-feira, 15 de abril de 2010

O início dos 12 passos.

Pra quem ia só pedir umas dicas, a conversa foi muito longa. E de dicas, voltei com nada.

A gente se convence, a gente se maltrata, a gente se cospe, se ignora e se rejeita.

É muito fácil culpar as pessoas pela sua miséria e desconforto. Mas como é que faz quando tudo ao seu redor é perfeito e você continua miserável? Quando é que você se dá conta de que a imagem no espelho é feia, patética e suja como o esgoto? E quando é que você consegue ver que essa imagem mudou pra melhor?

A gente se confirmou e trocou figurinhas. Coisa pra quem já teve os mesmos adesivos. A gente precisa de força pra deixar as cópias irem embora porque mesmo que elas sejam cópias, cada uma tem a sua história. E a gente quer esquecer a história.

Largar a droga não foi fácil pra gente. Mas o processo de desintoxicação é doloroso, intenso e nunca acaba. A luta todo dia de ver a droga ali na sua frente te desejando e você tendo que virar a cara. Parecia quase impossível. E às vezes o desejo por um pouquinho que não vai fazer mal é forte. As referências são simplesmente constantes. É como sentir o cheiro do macarrão da vó e não querer lembrar da vó.  Ou do macarrão. Praticamente impossível. Mas sempre ajuda saber que não se está só.

Mas não segura a minha porque eu estou contagiante.

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